,O Cossaco – Um clássico psicodélico • Ilustrado por Ary Rosa.

Por Joel Macedo.

Este conto de Joel Macedo, do original “Tatuagem, histórias de uma geração na estrada” (1971) captura a noite londrina em experiência tanto psicodélica quanto cultural.

Canções, países e sonhos funcionam enquanto cenas para o mundo deste Cossaco que atravessa o tempo com sua juventude à deriva. Da publicação original a presente edição: 50 anos passados.

Ilustrado por Ary Rosa (@oneuroperegrino), e agora no acervo do Deus Ateu, O Cossaco segue sua deriva no espaço digital para, outra vez, insurgir enquanto clássico irreversível. Boa leitura!

O cossaco

Tomou o ácido que comprou à tarde nos corredores do Kensington Market, escutou o lado A de um vinil do Taste,e a droga bateu durante um solo alucinado de Rory Gallaguer. Olhou a noite fria pela vidraça e resolveu descer as escadas para desfrutar da selva noturna de Londres.

Logo que chegou à King’s Road percebeu que a cidade estava fechando. Uma rajada de vento atingiu suas costelas e ele sentiu que já era quase tarde para tirar alguma coisa daquela viagem. Para dar um rumo qualquer a ela.

Os últimos pubs fechavam as portas e a avenida símbolo da swinging London naquele fim de década recebia bêbados aos montes nas duas calçadas procurando táxis.

Ele parou numa vitrine iluminada e ficou admirando os artigos não identificados. Ficou ali hipnotizado por vários minutos (ou apenas alguns segundos) debaixo das fortes luzes. Tentou mas não conseguiu mover suas pernas. Nowhere to go: estava difícil sair dali.

Aproveitou para pensar em Mara e no desinteresse dela pelo mundo novo. Onde já se viu cortar a viagem para não perder a aula na manhã seguinte? Sentiu desprezo pela caretice da namorada e se viu ali, tarde da noite, tendo que enfrentar sozinho o muito que lhe restava daquela tempestade lisérgica.

Bateu um princípio de bad trip e ele se acusou sem piedade: “Quando você vai parar de apostar na pessoa errada? Vai acabar mesmo é fudido, sozinho, sempre sozinho, latindo como um cachorro louco pra lua”.

Levou o exorcismo às últimas consequências, sentiu uma fisgada da guitarra de Rory e daquela voz rouca, e isso lhe recarregou as baterias. A força voltou e novas energias lhe ocuparam o corpo.

Pela primeira vez reparou em sua roupa. Levantou a gola do casaco de pele e passou a mão pelos seus longos cabelos grossos. Aproveitou a parte espelhada da vitrine e curtiu a imponência da figura que viu.

O casaco comprado na feira de Portobello, uma semana antes, cobria boa parte das botas e o castanho de sua pele lhe dava um ar de cossaco que lhe encheu de euforia. Descobriu que era um cossaco.E que aquela seria mais uma calçada do mundo a ser conquistada nas ondas bravias de uma percepção alterada.

Era um cossaco. Já havia batido muito chão, atravessado mares e continentes, sofrido e curtido sob as luzes de grandes metrópoles como Nova York, São Paulo, Paris, Los Angeles – e agora se embrenhava em mais uma aventura no imprevisto que é o fim de noite numa grande capital do mundo.

Virou-se com precisão e não raciocinou ao, finalmente, se libertar da vitrine. A King’s Road era do tamanho de seus braços e ao mesmo tempo uma nação a ser conquistada. Naquele instante sua fisionomia ficou grave e os passos agressivos. Sentiu prazer ao sentir o impacto violento do salto das botas contra a calçada.

De vez em quando uma dupla de bêbados de terno cruzava seu caminho em risos extravagantes. O cossaco atravessou a rua distraído e por pouco não foi atropelado por um Jaguar. Manteve-se ereto.

Continuou sua caminhada, rígido como um comandante de grande exército, que avançava sem rumo, mas decidido, pela noite do inverno londrino. As luzes da King’s ficaram pálidas e um grupo de jovens bem vestidas saía alegre de uma discoteca. Olhou de raspão para ver se tinha alguma mulher bonita mas a mente não respondeu a tão simples tarefa. Descobriu, no entanto, que procurava alguém. Uma mulher para substituir Mara, ou apenas alguém.

Passou pela porta de um pub que fechava e sentiu aquele odor forte de cerveja inglesa que lhe incomodou. Teve o impulso de pegar o tubepara Earl’s Court, mas desconfiou que os trens já deviam ter parado àquela hora. Em Earl’s Court encontraria a pessoa que precisava naquela noite. A pessoa do tamanho do seu vazio. Lá estariam as verdadeiras pessoas humanas da noite de Londres. Mas havia caído na King’s e mais do que nunca, para ele, a avenida, com seus carrões e soberba flamejante, era uma região desprezível que não lhe interessava. E Mara na cama tentando desesperadamente dormir. Quantas emoções perdidas por causa de um curso de história da arte na Tate Gallery. “Mas se esse é o barato dela?”, chegou a pensar. “O que você tem com isso?”

Noturna, lisérgica, luminosa! - Tela de Ary Rosa
Noturna, lisérgica, luminosa! – Tela de Ary Rosa

Atravessou a avenida umas três vezes de ponta a ponta. De vez em quando se metia por ruas escuras em torno e provocava medo em algumas pessoas. E logo voltava para o palco iluminado da King’s. Percebeu que sua figura emitia vibrações pesadas. Achou estimulante provocar medo nas pessoas. Era o cossaco em terra estrangeira, solto com todas as suas energias na noite de Londres.

A sensação logo se transformou em horror, em vergonha. Procurou um espelho para se olhar, para se domar. Embora tivesse consciência do risco que representava um espelho naquela hora, na erupção de uma viagem lisérgica.

Numa das ruas laterais que entrou viu um pequeno carro parado com duas mulheres dentro. Teve a impressão delas estarem se pegando mas mesmo assim se aproximou. Embora não tivesse nada engatilhado para falar ou sequer alguma ideia, era gente! Ele bateu no vidro e a mulher do volante, de cabelos pretos longos e batom vermelho, não relutou em abrir. Ficou olhando como a esperar alguma fala, mas o cossaco nada tinha a dizer.

Trocaram vibrações positivas. Ambos sorriram e ficaram em silêncio. Nesse clima psicomágico, ela, por fim, perguntou:

– Você precisa de alguma coisa?

Ele continuou sem conseguir falar e se expressou em mímica e com o sorriso. A mulher de batom vermelho ao compreender o estado viajante em que ele estava, trocou algumas palavras com a companheira do lado e colocando um fim naquele embaraço pediu licença, ligou o carro e partiu.

“Quem sou eu? Que horas são? Que dia é hoje? Onde estou? My God!!”

Fez uma pausa, passou a mão pela barba, apoiou-se discretamente num poste, e disse baixinho para si mesmo: “Uau, you’re really stoned!”

Ficou plantado numa esquina olhando o movimento da madrugada. Carros alucinantes passavam com mulheres alucinantes dentro. Gays em dupla, muito pintados, cruzavam a esquina e lhe lançavam olhares furtivos. Uma verdadeira procissão de bêbados e gays desfilava agora diante de seus olhos naquela esquina. Depois de um bom tempo ali parado teve um flash. Descobriu que não estava ali por acaso. Sentiu que esperava alguém naquela encruzilhada do mundo. Esperava a definição de sua viagem.

“Um personagem. Um personagem se aproxima!”

Se alguém lhe perguntasse o que estava fazendo parado naquela esquina ventosa e fria, teria respondido:

“Estou esperando a pessoa com quem marquei um encontro no tempo para esta noite, nesta esquina do mundo”.

Era isso. Em vez de se impacientar se tranquilizou. Tentou, sem sucesso, acender um cigarro – e como se fumava naquela transição para os anos 70. Sua cabeça executava voos sem forma e o tempo percorria sua rota na vertical. Um relógio marcava nove e dezesseis: a síntese de todas as horas.

Ele teve a atenção despertada para o lado protegido da calçada e o asfalto da King’s transformou-se num rio de águas turvas e cinzentas. Uma mensagem chegou com as águas do rio e ele pôs-se a esperar, em religiosa espreita, que algo importante acontecesse. O cossaco concentrou-se na estratégia da hora – o segredo dos guerreiros. Viu nesse rio de asfalto um casal se aproximando. Percebeu um brilho diferente dos que frequentavam aquela selva noturna. O macho, de cabelos ruivos caídos sobre o casaco puído e sem cor, lembrava um andarilho de Netuno. Após certificar-se das vibrações, respirou fundo e alegrou-se; enfim alguém como ele, uma hipótese de amor naquele labirinto de concreto e loucura.

Ainda parado na esquina teve o impulso de tocar de leve o braço do rapaz e disse com um tom de voz vindo das câmaras do purple haze:

– Desculpe! Eu estou aqui nesse lugar, parado, observando, you know, e cheguei à conclusão que esta é uma cidade de bêbados. Estou certo? Me confirmem isto, por favor!

Foi só o que conseguiu dizer. E o disse com carga emocional forte.

O rapaz alto e ruivo que trazia remendos distribuídos pelo paletó e a calça, hesitou e buscou auxílio na companheira. Ela era pequena e seus cabelos espessos louros lhe conferiam uma aparência de fada. Ela sorriu para o cossaco com doçura maternal. O andarilho, então, como que pedindo desculpas pelo átimo de hesitação, respondeu com voz suave, quase inaudível, franzindo seu nariz avermelhado em forma de batata:

– Sim. Isso mesmo. Uma cidade de bêbados.

E içando o cossaco com um dos braços, disse:

– Vem com a gente!

Agora, caminhavam os três, abraçados e unidos por aquele encontro no tempo. E não havia mais o cossaco, mas um tronco de pureza e amor que se movia pelo rio cinza e dourado da King’s, do qual o ex-cossaco fazia parte.

– Ácido?

– Sim.

– Nós também.

– Eu tinha certeza que vocês iriam aparecer. Muito estranho. Devo ter percebido vocês quando entraram na avenida. Eu não conseguia me mover daquela esquina onde nos encontramos.

– Uau. Você ouviu isso, Cindy?

Andaram em silêncio por alguns quarteirões na mesma sintonia. De vez em quando alguém falava alguma coisa incompreensível e os outros dois riam sem se preocupar em entender.

Guy’s n’dolls era o único bar aberto àquela hora. Estava cheio mas mesmo assim resolveram entrar. Os remanescentes dos pubs falavam alto e promoviam uma certa algazarra. Os três entraram com leveza como três cordeiros (o cossaco já havia se transformado em cordeiro) e se dirigiram para o balcão. As luzes do bar eram fortes e quatro rapazes com camisas berrantes e gravatas estampadas se divertiam em bolinar uma garota com aparência de secretária ou caixa de floricultura.

Diante do balcão, os três ficaram sem saber o que pedir. Nesse vácuo de indecisão, a moça que estava sendo abusada aproximou-se deles.

 – Big Puppet! Proteja-me, eles estão se aproveitando de mim!

Ele acabara de descobrir que seu resgatador se chamava Big Puppet e ficou fascinado. Parecia mesmo um grande boneco de pano com aquele corpo esguio desengonçado e a roupa remendada. Mas ao mesmo tempo foi tocado pelo medo que enxergou nos olhos verdes da garota que buscava proteção.

– Fique aqui – disse baixinho Big Puppet.

Os rapazes galhofeiros apontavam para os três e exclamavam:

– É Big Puppet. Olha lá!

O andarilho da noite sorria para eles e se curvava em reverência. Era um clownda noite londrina, conhecido por navegar com sua fadinha debaixo do braço. Big Puppet, o resgatador de viajantes lisérgicos perdidos e protetor de garotas indefesas nos bares. Com seus cabelos ruivos muito grossos e espinhas no rosto.

– Big Puppet não é?

– Sim. Pronto para servi-lo!

Os rapazes continuaram a zoeira mas esqueceram por um tempo a garota que se mantinha agarrada ao paletó de veludo de seu guardião. Ela teria paz pelo menos no tempo em que eles ficassem no bar. Os tubarões respeitam os golfinhos não é? O mistério dos mares se transportava para a noite de Londres.

– Eu quero… O que você vai tomar meu bem?

– I don’t know – respondeu Cindy como um bichinho.

– Chá? Alguém quer chá?

Não, ninguém queria chá. O ex-cossaco pediu um refresco de laranja.

– Eles me maltratam muito. Bad guys!

– Vem conosco – disse Big Puppet.

– Não posso.

– Por que?

– Não posso, não posso!

Chegou a laranjada. Alguém pediu para colocar creme chantilly dentro.

– Creme chantilly na laranjada? Tem certeza? – perguntou o garçom, um cabeludo de colete vermelho.

– Sim, por que não?

– É verdade. Por que não?

Os outros gostaram da pedida e chegaram mais laranjadas com creme chantilly.

Agora o bar estava mais calmo e a garota tinha voltado para o meio dos rapazes de camisa roxa. A juke box tocava Spirit in the Sky, um grande sucesso daquele ano. Ficaram os três com suas laranjadas se amando, por instantes, do fundo de suas almas.

Na saída, voltaram a encontrar a garota sendo manuseada e Big Puppet perguntou:

– Tem certeza que não quer vir conosco?

– Não posso – disse ela mais uma vez.

Os rapazes aproveitaram para zoar mais um pouco:

– Até logo Big Puppet. E cuidado que o vento vai ficar forte essa noite! – disse um deles recebendo aplauso em riso dos companheiros.

Big Puppet acenou para o grupo e os três ganharam novamente a rua. Caminharam como uma só nuvem em direção à estação de Sloane Square.

– Nós moramos muito longe, sabe. Em South East, numa casinha pobre.

– Eu pensei que os trens já tinham acabado a essa hora.

– O último deve estar saindo. Você vem conosco até South East?

– Não, Big Puppet. Vou ficar por aqui mesmo.

– Você está bem? Tem certeza?

– Tenho. Alguém me espera lá em casa.

– Ok. Nosso telefone é esse. Esperamos que você ligue.

A estação do metrô tinha um ar sinistro. Os últimos passageiros da noite se apressavam para não perder o trem.

– Nós temos que correr. Até outro dia!

– Eu procuro vocês. E obrigado pela carona.

– Pela carona? Essa é boa!

E afastando-se, Big Puppet ainda falou:

– Foi muito bom lhe conhecer. Be gentle with people!

– Pode deixar Big Puppet, I will.

Voltou a pisar solitário na King’s, agora já quase deserta. “Be gentle with people”. Pensava no recado final de Big Puppet. Seja delicado com as pessoas!

“Puxa, como é difícil ser amável com as pessoas. É mais fácil amar as pessoas do que ser constantemente delicado com elas”, meditou.

“Be gentle with people”, a verdade de Big Puppet. Ser delicado com as pessoas, não importando quem ou quando. Big Puppet.

Apesar do frio intenso ele se sentiu suado debaixo dos agasalhos. Nada mais a fazer daquela noite, daquela viagem objetivamente mágica que rumava para o fim.

Ao passar pelo Guy’s n’ Dolls deu uma olhada para dentro e viu os mesmos guys assediando aquela doll solitária, alcoolizada e carente. Nada a fazer. “Não posso”, ela havia dito.

Levou muito tempo para decifrar os quarteirões que separavam a King’s do apartamento de Mara. Foi aflitivo não conseguir achar o prédio certo naquela fileira de construções iguais. Conseguiu depois de um esforço exaustivo.

Colocou a chave na porta e entrou devagar para não acordar a namorada. Acendeu a luminária da sala e foi ao quarto dar uma olhada. Ela parecia dormir profundamente. Sentou no tapete e conseguiu relaxar alguns músculos. Respirou fundo. Depois de algum tempo foi à janela e ficou escutando a madrugada negra lá fora. Enfim, sentiu frio. Colocou um disco baixinho e voltou a pensar em Big Puppet e na fadinha.

I’m a melancholy man

that’s what I am

The world surrounds me

and my feet are on the ground

Mais uma viagem satisfatoriamente cumprida. Estava vivo e isso lhe pareceu importante.

I’m a very lonely man

doing what a I can…

Moody Blues. Imagens de bombas caindo sobre Londres durante a Segunda Guerra atormentaram a descida da viagem. Sentiu-se salvo e protegido entre as paredes daquele apartamento. Era um homem melancólico e muito sozinho, como o da canção, mas continuaria vencendo seus impasses e fazendo o que lhe fosse possível.

“Ser delicado com as pessoas”. Isso deveria ser possível, ele pensou.

A cabeça agora parecia concentrar toda a energia antes distribuída pelo corpo. Pensava em tudo ao mesmo tempo com velocidade e lucidez. De repente, ouviu a voz de Mara lhe chamando. Abaixou o som e respondeu.

– O que é gatinha?

Como ela não voltasse a falar, levantou-se e já sem as botas foi até o quarto.Encontrou Mara de camisola entre os lençóis.

– Eu não consegui dormir.

– Mas eu lhe vi dormindo.

– Tentei mas não consegui. Minha cabeça ficou a mil.

– Eu avisei que mesmo com um pedacinho…

– Pois é. Eu acho que não vai dar pra ir à aula.

Ele sentiu vontade de ficar puto, mas controlou-se.

– Onde você foi? – Mara perguntou.

– Não sei. Saí por aí.

 E reclamou:

– Tá vendo? Nem uma coisa nem outra. Pelo menos podia ter feito uma viagem bacana.

Levantou-se num movimento de voltar para a sala.

– Pra onde você vai?

– Pra sala. Ouvir um pouco de música, aterrissar e dormir. 

– Fica aqui comigo. Esquece que eu fiquei a noite toda sozinha?

– Porque quis né? Pra tentar dormir.

– Eu quero trepar. 

– Agora? Mas a gente tá muito longe um do outro. Não tem nada a ver sexo agora. E eu estou precisando pensar sobre uns lances estranhos que pintaram na minha viagem.

– O quê?

– Eu entrei numa onda estranha de cossaco conquistador em plena King’s Road. Lance maluco. Acho que por causa do casaco de pele. Uma trip esquisita que eu quero ver direito qual foi.

– Posso ir pra sala com você?

– Porra, a casa é sua.

– Não fala assim comigo. Seja mais delicado.

– É a lição que preciso aprender.

Sentados no tapete com os corpos latejando ficaram abraçados até clarear o dia. Certamente voaram para lugares diferentes mas o conforto da proximidade dos corpos lhes fez bem.

A manhã chegou úmida e cinzenta e Mara, depois de uma rápida olhadela na rua vazia, colocou Spooky Tooth na vitrola. The last puff.

Ele foi à geladeira beber um pouco de leite. De volta ao quarto sentiu-se cansado demais para se despir. Mara o ajudou carinhosamente como a um guerreiro ferido.

Fim de viagem. Os personagens da noite desfilavam em sua mente pela última vez. Nu, debaixo das cobertas, sentiu com satisfação o corpo de Mara junto ao seu. Ela não iria mesmo à aula. “Perdeu, Tate Gallery!”, ele pensou displicente.

Contemplou durante algum tempo a pequena tatuagem que tinha no braço, e logo depois dormiu.

Caindo na King's Road - Tela de Ary Rosa
Caindo na King’s Road – Tela de Ary Rosa

Agradecemos pela leitura do nosso conto.

,Sobre o autor:

O escritor Joel Macedo é jornalista e participou do movimento de imprensa alternativa dos anos 1970 (RJ). Em 1971, então com 23 anos, publicou seu primeiro livro “Tatuagem, histórias de uma geração na estrada”, que completa 50 anos em 2021, com uma edição comemorativa (para adquirir o e-book – https://www.amazon.com.br/Tatuagem-hist%C3%B3rias-uma-gera%C3%A7%C3%A3o-estrada-ebook/dp/B08PDHM5JX

Joel Macedo publicou também “Albatroz, o encontro das tribos na Califórnia”, um road-book sobre o movimento hippie, “Despertador, espiritualidade dos anos 70” e “1961, uma novela na Era Kennedy”.

Tem 4 filhos, 8 netos e cuida de 14 cachorros resgatados. Aos 73, escreve periodicamente.

Instagram: @joelmacbird

Em meio às batalhas interiores, um dia a arte brotou em seu coração (como forma de tratar emoções e também identificá-las). Nascido no Rio de Janeiro e vivendo dentro de si desde 1988, Ary Rosa existe .

Instagram: @oneuroperegrino

Um comentário em “,O Cossaco – Um clássico psicodélico • Ilustrado por Ary Rosa.”

  1. 50 anos dessa maravilha caro Joel Fontenelle Macedo , realmente O Cossaco segue sendo um dos preferidos, principalmente pela trilha sonora, junto com Albatroz, segue sendo um dos livros “da vida”.

    Coloque o som no spotify, leia o Cossaco e boa viagem✌🏼✌🏼

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