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Por Antonio Silva • @anthoniosilwa
Alguns autores chamam de pós-modernidade tudo aquilo que atravessa qualquer definição, jogando um véu nas nossas certezas e desfazendo as fronteiras que separam uma coisa da outra dicionariamente. Nesse sentido, a arte sempre foi pós-moderna. Conhecia limites tanto quanto as pessoas trabalhassem com conceitos de fronteiras, cânones e bordas – seja por conveniência, por ideologia, por status.
O desenlace da relação cada vez mais imbricada entre arte, tecnologia e comunicação deixa ver, hoje, o tom experimental e fluido da arte. Das artes. O resultado é uma preocupação cada vez menor com as beiradas das linguagens. O resultado é a emersão acertada de proposições que celebram os encontros e as mesclas num momento nebuloso que defende com unhas e dentes as distinções. O resultado é o Festival de Artes Híbridas (FAH – @festivaldearteshibridas).
Traçando tramas entre o teatro, a dança, a performance, a música, a literatura, a fotografia, o audiovisual e as novas mídias, o FAH, já em sua segunda edição, celebra a diversidade em tom dialogal em Sorocaba, oxigenando a veia artística do interior paulista.
O perigo, no entanto, de tudo aquilo que nasce como “pós” é firmar sua seriedade de propósito e sua razão de ser. O mundo é cartesiano e a lente enciclopédica das coisas ainda prevalece nos olhares. É chegado o momento de revelar que preto no branco limita ambos humano e arte. Em verdade, preto e branco são as únicas cores que não compõem as linhas que costuram o tecido social: antes, a vida é tons de cinza, e as respostas prontas, inseguras. Agora, é reeducar, pois não se responde mais tão rapidamente com “escultura” ou “pintura” à pergunta “o que é isso, moço?”.
A superação da fase monopalávrica da arte põe em xeque a própria linguagem verbal para dar conta das coisas. A arte terá que falar de si por si para si sem ser em-si-mesmada no processo. O desafio é (re)construir a pluralidade e a proposta do FAH é ofertar novos olhares ao mesmo tempo consoantes com seu tempo e singulares por si só.
“O desafio desta edição (que é a principal característica do festival) foi criar uma experiência artística itinerante, dentro de uma das poucas áreas da cidade que ainda proporciona, mesmo minimamente, o contato com a natureza. Busquei criar uma experiência tendo o parque como um portal que, durante algumas horas, se transforma em uma espécie de floresta encantada, borrando as fronteiras entre arte, cultura, natureza, ficção e realidade”, destaca Robson Catalunha – idealizador, curador e diretor do festival -, sobre a experiência singular que o público de Sorocaba e região pode esperar.
A segunda edição do Festival de Artes Híbridas de Sorocaba (FAH) ocorre em 22 e 23 de junho no Parque da Biquinha das 14h às 16h.
Artistas e obras: Discórdia, com a obra “Espíritos”; Michele Muniz com obra “Simbiose”; Silvana Sarti com “Ocre de Neandertal/ ontem-hoje-amanhã”; Ella Vieira com “Harmonia Sintética”; Eros Valério, a obra “Pique”; Gui Miralha, “Mira Ofélia”; Henrique Ravelli com “(Des)fragmentado”; Jhonatan Cardi, “Salve as Folhas”; o Slam 015 se apresentará com “Poesia e Resistência”. O festival ainda contará com uma apresentação da dança tradicional Japurutu, que será representada por Marcela, etnia Pankararu, Reginaldo, etnia Tuyuka, e Darli, etnia Dessana, parte de um coletivo indígena residente na região de Sorocaba; “Cartografias da Cidade em um Corpo-Casa”, de Bento; “Reflexos”, de Cyndi Omoto; “Jogo da Memória Infinita”, de Felipe Vian; “Encantaria”, de Luca D’Alessandro, e “Expurgo”, de Urutau Maria Pinto e Maflô.
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Idealizador, curador e diretor: Robson Catalunha
Produção executiva: Sttefania Mendes
Direção de arte: Felipe Cruz
Assistente de produção: Magda Barbosa
Identidade visual: Pêu Ribeiro
Fotógrafo: Thiago Roma
Cenotécnico: Marcelo Simões
Técnico de som: Mauricio Mattos
Assessoria de imprensa: Bárbara Brisolla (JF Gestão de Conteúdo)
Redes sociais e criação de arte: Juliana Ferraz e Tarragó (JF Gestão de Conteúdo)
Tráfego pago: Tiago Oliveira (JF Gestão de Conteúdo)
Interprete de libras: João Mendes
Idealizador e coordenador da Incubadora: Douglas Emilio
Co-Produção: Aua Produções | Andressa Moreira
Antonio Silva, 23, mestrando em Comunicação e Cultura, (@anthoniosilwa).